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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Você cuida bem da nossa casa?


Quantas coisas podemos fazer e não as fazemos!

A pergunta apresentada é facilmente respondida se tivermos por referência nossos lares, pois é evidente que cercamos com o maior cuidado possível nossas moradias, que nos abrigam, protegem e nos dão descanso. No entanto, indago sobre o nosso zelo pelo meio ambiente, pelo planeta em que vivemos. Nesse campo a resposta parece mais complicada.

Talvez como mais uma expressão do egoísmo que vige em nossa sociedade, temos nos preocupado apenas com as casas em que residimos, mas temos ignorado a casa que Deus criou para todos nós e - mais importante – deixou para que dela nos utilizássemos de modo racional e solidário. A conclusão é inevitável: Infelizmente não temos cuidado a contento de nosso planeta.

Tem sido muito comum a repetição de críticas dirigidas à sociedade acerca da inapropriada exploração e preservação do meio ambiente. As análises, em regra, têm como foco ações de grande dimensão e repercussão. Contudo, creio que precisamos refletir sobre as pequenas condutas individuais que farão com que vivamos em uma casa mais limpa e equilibrada. Quantas coisas podemos fazer e não as fazemos! Vejo que experiências do nosso cotidiano deveriam ser transportadas para a nossa atuação no que se refere ao meio ambiente.

Fico a imaginar se tivéssemos em relação à água a mesma parcimônia que temos para gastar nosso dinheiro. Ninguém, por mais abastado que seja, tem prazer em desperdiçar os bens que conseguiu reunir com seu esforço. Deveríamos ter o mesmo sentimento com o bem valioso e finito que é a água.

lém disso, como cuidamos mal do nosso lixo! Muitas de nossas cidades vivem imundas não só em razão do descuido dos governantes com a limpeza pública, mas também porque ainda não reproduzimos nas ruas o que fazemos em nossas residências. Por exemplo, assim como não jogamos sujeira no chão de nossas salas, não deveríamos fazê-lo nas ruas. Em nossa atual dinâmica, não podemos sujar nossas moradas, mas não nos preocupamos com a casa de todos, que é o planeta.

Ultimamente vêm sendo editadas leis por todo o Brasil, tal como na cidade de São Paulo, em que há punições para os que tratam de modo desleixado o lixo; para os que emporcalham as vias públicas e, a partir de 2012, para os que se utilizem das populares, mas poluentes, sacolinhas de plástico. As medidas são dignas de aplausos e precisam se espalhar por todo o Brasil. Contudo, antes de tudo, a questão é de conscientização pessoal. Mais do que leis necessitamos nos educar e nos transformar.

É preciso, portanto, que percebamos que o sentimento de obrigação em cuidar da limpeza e higidez de nossas residências deve ser o mesmo em relação à casa de todos, que é o planeta em que vivemos. Necessitamos, a começar por mim, fazer nossa parte.


Vida cristã e vocação


O seguimento de Jesus Cristo se faz em comunidade

Buscamos juntos os caminhos para a presença cristã num mundo pluralista, desafiador e ao mesmo tempo maravilhoso, até porque não o recebemos pronto. Faz parte do amor eterno com que Deus nos criou que cada geração assuma de novo a tarefa de “dominar a terra” (Cf. Gn 1, 26-31). Nossos antepassados deram conta de suas responsabilidades e somos gratos pela contribuição que ofereceram, mas o tempo que temos é o de hoje e nós somos “a bola da vez”.

O Senhor provoca cada pessoa a um compromisso com a edificação do mundo, tecendo a teia de relacionamentos com a natureza, o próximo e com o próprio Deus. Todos nós recebemos uma bateria de dons e capacidades que nos dão condições para marcar com nosso selo pessoal a realidade em que vivemos. Identificar os dons pessoais, acolhê-los e fazê-los frutificar! Este é o primeiro passo.

O Papa Bento XVI afirmou, há poucos dias em Madri, que o seguimento de Jesus Cristo se faz em comunidade de Igreja. Pois bem, as pessoas com as quais convivemos são instrumentos de Deus para que nossos dons se revelem. Quem já sentiu um apelo vindo de sua comunidade, chamando a servir e a promover o bem comum deve ter percebido que esta é uma das fontes mais significativas de realização humana. Tarefas assumidas, de acordo com as necessidades de uma comunidade concreta, despertam capacidades impensadas anteriormente. Aprende-se a fazer por causa do chamado de Deus feito pelas pessoas. E muitos descobriram assim seu modo de fazer o bem, especialmente pelos mais pobres. Olhar ao nosso redor e escutar os clamores das pessoas e não fugir da raia, pois há um lugar para cada um de nós.

Há outro e não menos importante espaço para identificar o bem que se pode fazer. É lá dentro de nosso coração, quando entramos em nosso “quarto” interior que Deus fala. Há um trato de “tu a tu” com o qual Deus olha em nossos olhos e chama. Estranha-me saber que muitos nunca chegaram a entrar nesse quarto interior. Todas as pessoas humanas foram criadas para a intimidade com o Senhor, sem exceção. Não existe uma categoria inferior de cristãos, à qual não se desse as pérolas do Evangelho.

Dons que o Senhor confiou, apelos das pessoas, inspiração interior. São as fontes para todos os cristãos, independente de idade ou estado de vida, haurirem a sabedoria necessária para viverem sua vocação. Sim, existe um olhar especial de Deus para cada pessoa, expressão de Seu amor. Se cada cristão se descobrir missionário, teremos uma imensa multidão de homens e mulheres presentes na sociedade e no mundo, conduzidos todos pelo Espírito Santo, transformando nossa realidade, fermentando-a com os valores do Evangelho. Neste final de semana, intensamente vocacional em nossa Igreja de Belém, com a Feira Vocacional e o Show Vocacional, o Senhor nos conceda a resposta generosa de muitas pessoas a trabalharem pelo Evangelho e pela Igreja.

Em Madri, a Jornada Mundial da Juventude se transformou num grande chamado vocacional. Os jovens ali presentes, de cento e noventa e quatro países, receberam a cruz e o mandato missionário, acolhendo o convite do Sucessor de Pedro. Era maravilhoso ver as ruas da capital espanhola, num país de forte tradição católica, quase envergonhado nos últimos tempos de suas raízes cristãs, regadas pelo sorriso, pela disponibilidade e pela coragem da juventude.

Os jovens deram um verdadeiro banho de vida espiritual que se estendeu aos confins da terra. Na Vigília vivida com o Papa, depois de uma tempestade que assustou a todos, era positivamente chocante ver um mar de silêncio que se estendia quando o Santíssimo Sacramento foi exposto. Ninguém precisou dizer àquela juventude maravilhosa que se calasse. O rumor das aclamações transformou-se em adoração! Sim, a segurança que encontramos para confiar no futuro está no alto, no céu que se faz presente no Altar. Para lá nossos jovens querem olhar e de Jesus nascerão novos apóstolos para novos tempos. A luz se faz presente!

São Raimundo Nonato


Hoje, celebramos a vida do santo que se tornou modelo para todo vocacionado à santidade e ao resgate das almas. Por ter encontrado dificuldades para vir à luz, é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras (seu nome significa "não nascido" porque foi extraído vivo das entranhas da mãe já morta). São Raimundo Nonato nasceu na Espanha, em Portel, na diocese de Solsona (próximo a Barcelona) no ano de 1200. Ainda menino, teve de guardar o gado e, durante seus anos de pastor, visitava constantemente uma ermida de São Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, durante as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

Desde jovem, Raimundo Nonato percebeu sua inclinação à vida religiosa. Seu pai buscou, sem êxito, impedi-lo de corresponder ao chamado vocacional. Ao entrar para a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, pôde receber do fundador: São Pedro Nolasco, o hábito. Assim, tornou-se exemplo de ardor na missão de resgatar das mãos dos mouros, os cristãos feito escravos.

Certa vez, São Raimundo conseguiu liderar uma missão que libertou 150 cristãos, porém, quando na Argélia acabaram-se os recursos para o salvamento daqueles que corriam o risco de perderem a vida e a fé, o Missionário e Sacerdote Raimundo, entregou-se no lugar de um dos cristãos. Na prisão, Raimundo pregava para os muçulmanos e cristãos, com tanta Unção que começou a convertê-los e desse modo sofreu muito, pois chegaram ao extremo de perfurarem os seus lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado.

Foi mais tarde libertado da prisão e retornou à Espanha. São Raimundo Nonato, morreu em Cardona no ano de 1240 gravemente doente. Não aguentou atingir Roma onde o Papa Gregório IX queria São Raimundo como Cardeal e conselheiro.

O seu corpo foi descansar na mesma ermida de São Nicolau em que orava nos seus anos de pastor.

São Raimundo Nonato, rogai por nós!