adultos que jejuem (isto é, que renunciem a uma das refeições importantes do dia) em sinal de disponibilidade e solidariedade. Disponibilidade à escuta de Deus, demonstrando dar mais valor à sua Palavra que ao bem estar imediato, sinal de conversão do coração; isto é que significa o jejum dos cristãos, como o do Mestre no inicio de sua missão.
Um jejum mais sensível neste dia, mas
que se prolongará por todo o tempo da Quaresma, com outras iniciativas
pessoais de desapego, renúncia às comodidades e satisfações mesmo
legitimas, para maior liberdade interior. Assim o jejum ritual, feito
com interioridade e não por mero formalismo, se torna sinal da fé e
caminho de salvação para todo o nosso ser.
Podcast sobre a Quaresma:
Por outro lado, sofrendo um pouco de
privação, saibamos unir-nos de algum modo aos homens para os quais é
habitual a privação de alimento, de meios econômicos, de bens culturais
e de possibilidades concretas de desenvolvimento; o jejum se torna um
gesto simbólico, denúncia profética da injustiça que nasce do egoísmo,
solidariedade com os mais pobres. Assim, a preparação para a Páscoa se
torna “Campanha da Fraternidade”, e a ceia do
Senhor um gesto de pobreza, contrição, esperança, anuncio. Quem
participa seriamente da Paixão do Senhor, ainda hoje viva nos pobres da
terra, sabe que a volta ao Pai (tanto a sua como a da comunidade) já
começou, e que na mortificação da carne pode florescer o Espírito da
ressurreição e da vida.
Para nós não ficarmos perdidos onde precisamos nos converter, a Campanha da Fraternidade nos ajuda a concretizar a nossa conversão. Este ano tem como tema: “Fraternidade e Saúde Pública” e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirada do livro do Eclesiástico. Cujo objetivo é “refletir
sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável,
suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos
enfermos e mobiliza por melhoria no sistema público de saúde”. O período da Quaresma que, segundo o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, “é o caminho que nos leva ao encontro do Crucificado-ressuscitado”, a Igreja quer sensibilizar as pessoas sobre a “dura
realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde
pública condizente com suas necessidades e dignidade” (Documento
Base da Campanha da Fraternidade 2012). Lembrando que saúde envolve o
homem todo, a saúde física, emocional e psicológica e também a saúde
espiritual dos filhos de Deus, por isso, ela é objeto de conversão em
nossa vida e na sociedade.
O jejum que salva nos leva a conversão e
nos dá um coração mais manso, humilde e pobre e solidário. Pois na
matemática de Deus dividindo, partilhando se multiplica o que se tem.
Uma diga simples: o alimento do seu jejum ou aquilo que você tem e não
usa mais pode ser doado para alguém ou uma instituição.
Oração: Ofereço
Senhor as minhas disposições e o meu jejum. Que este gesto possa
colocar Deus em primeiro lugar na minha vida e imediatamente o meu
irmão. Conversão para uma vida nova e para ser mais sensível as
necessidades dos meus irmãos mais pobres, que este jejum seja agradável
a Ti Senhor e que faça com que eu saia do meu comodismo e ofereça
aquilo que me sobra aos mais carentes, carentes do meu tempo, da minha
atenção e da minha ajuda.