São Rosendo nasceu no ano de 907, em Monte Córdova, dentro de uma
família muito religiosa. Seus pais foram o Conde D. Guterre Mendez de
Árias e Santa Ilduara.
Adolescente, passou Rosendo a Mondoñedo, onde seu tio paterno, Savarico,
era bispo. É de presumir que tenha prosseguido os estudos nalgum
mosteiro beneditino.
Em 925, apenas com dezoito anos, sucede ao bispo de Mondoñedo, sendo
muito bem recebido. Esforçou-se por restabelecer e e consolidar a paz,
reconstruindo - ajudado pelos pais - os mosteiros e igrejas que tinham
sofrido com a desordem. Assim serenou e conquistou os abades de toda a
Galiza, que formavam a nobreza eclesiástica; e atraiu a nobreza civil, a
que estava muito ligado pelo sangue. Libertou os escravos dependentes
da mitra e trabalhou para que os outros senhores fizessem o mesmo; ficou
sendo o pai de todos os libertos.
Depois de ser bispo de Mondoñedo, passou a sê-lo de Dume. Veio a
Portugal visitar o mosteiro em que era abadessa sua parente, Santa
Senhorinha. Desejando apresentar uma comunidade-modelo, conseguiu
regressar e edificar um grande mosteiro, depois de um irmão e uma prima
lhe terem cedido a quinta de Villar, na diocese de Orense. Obteve
doações de ricos e pobres, sobretudo da mãe. Ao fim de oito anos de
construção, num domingo do ano de 942 inaugurou a casa, que se ficou
chamando Celanova: recebeu as felicitações de 11 bispos da Galiza e de
Leão; foi saudado por 24 condes; prestaram-lhe homenagem muitos abades,
presbíteros, diáconos e monges; e ouviu os aplausos da multidão.
Ficou abade de Celanova o monge Franquila. E São Rosendo voltou a
Mondoñedo a extinguir rancores, sufocar conspirações, acalmar avarezas e
pacificar famílias. Entre 944 e 948, depois de renunciar o bispado,
retirou-se para Celanova. Mas foi preciso que substituísse alguns
parentes seus, na autoridade que lhes pertencera, pois esses tinham-se
revoltado contra Ordonho III (955). Administrou a diocese de
Iria-Compostela pelo ano de 970, quando a região era assolada por
violentas incursões normandas.
Veio a falecer em Celanova, no 1º de março de 977, com testamento que
reflete fé, ciência escriturística, humildade, amor à Ordem Beneditina,
predileção por Celanova e desejo de viver na eternidade como vivera os
seus dias de afadigado peregrinar na terra:
"sob a providência de Deus".
São Rosendo, rogai por nós!